“-Qual é o seu 1º nome? R: Sophia”
- “Qual foi a última coisa que viu? R: Um bombeiro”
- “Conhece a pessoa que está aqui ao meu lado? R: Sim, é o Alex”
-“ Você tem quant…” ;”CALE-SE!” - Gritei eu com toda a voz que tinha. “ Estou farto de cada pergunta idiota que você faz! Não consegue perceber que ela ainda tem a sua memória? Ela está aqui á 2 horas a responder às suas perguntas que muitas das vezes acaba por repeti-las, você não consegue perceber que ela agora necessita é de descanso?” E foi só assim que passada 2 horas da minha chegada ao Hospital Psiquiátrico a enfermeira Marie acabou por me deixar estar com a Sophia. Nem sabia por onde começar, só lhe queria perguntar se ela tinha lido as minhas cartas, se ela recebia as rosas, como era a vida dela, mas em vez de fazer tudo isso, pensei melhor e disse: “ Eu amo-te e vou-te tirar daqui porque acredito que tu não estás maluca”. Até me custa dizer esta última palavra, dói-me mesmo ao dizê-la. Não lhe quis fazer mais perguntas, depois deste “”interrogatório” digamos assim, era de certeza a última coisa que ela queria ouvir de mim nesse momento. Mais tarde, eventualmente tive que lhe perguntar tudo aquilo que lhe queria perguntar. Por minha surpresa, ela tinha recebido tudo aquilo que eu tinha escrito e enviado para ela, simplesmente não pode responder. Não há palavras para explicar a minha emoção depois de ela me ter dito aquilo. Alegria, agradecimento, felicidade, tudo o que esteja relacionado com tudo de bom, quase fiquei em lágrimas, mas não deixei que elas caíssem, não queria parecer fraco ou algo do género e ainda por cima tinha uma das funcionárias a olhar para mim, a Inês, a assistente da médica Marie. Ela até me pareceu uma boa pessoa, foi simpática comigo quando me recebeu, completamente ao contrário da Marie que me disse logo assim que pus um pé no quarto onde ela estava, “Neste quarto não pode sair com ela sem a minha autorização e se o fizer, haverá consequências! “
Mas houve uma coisa que me intrigou quando fiz uma pergunta á Sophia…
“ - (…) Então como conseguiste ser transferida de França para Portugal?”- Disse eu. Ela respondeu-me com um ar muito estranho.
- “Não sei…”
Não consigo deixar de pensar nesse momento, houve ali algo que nunca tinha visto nela, achei que ela me mentiu. Foi aí que pouco depois apareceu a Marie e me entregou um papel com o total diagnóstico dela no qual dizia que ela estava a sofrer uma profunda depressão mental e falta de memória e que estaria sujeita a muitos medicamentos e etc. Bastou-me ler metade daquilo e já sabia que estava ali uma grande mentira só para fazer com que ela passasse ali muito tempo. Mas aí surgiu um problema ainda maior, eu não tenho meios para a tirar dali, há câmaras de vigilância por todo lado, a Marie está sempre ao pé dela de modo a que eu nem a consiga tirar dali mesmo que pudesse. Foi ao escrever a última frase que pensei e tomei uma decisão. Eu vou ter que a tirar daqui, só me resta saber como…
A mentira que existe naquele Hospital, já afetou a Sophia, só espero que não faça o mesmo ao que planeio fazer também.
Alex, 17 de Agosto de 2014
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