A indecisão acabou. Vou falar
sobre mim e assim juntar um pouco de mim ao muito de todos deste diário,
afinal, não é assim que é a tendência dos textos aqui?
O meu nome é Hugo e não é
necessário mais detalhes. Eu sei, eu disse anteriormente que vinha falar de
mim, mas também já referi que sou assim. Digo a meias, deixo a minúcia de lado
e falo do essencial porque afinal é isso que importa. E o essencial é que vou
escrever e continuar este diário de vez em quando (também devido ao seu estado).
Por falar nisso, este diário continua uma lástima, estou farto de o tentar
limpar e é incrível como cuido mais do diário do que de mim.
Há 2 anos atrás, na altura do
Verão, em Agosto mais ou menos, era eu um funcionário público, era um diretor
numa creche e é também exatamente há 2 anos atrás que era um bêbado. Não tenho
medo de o admitir, aliás ainda hoje é difícil habituar-me á ideia de que tenho
que deixar de parte a única coisa que sempre esteve a meu lado, a garrafa, pois
é, a única coisa digo eu bem. Mas havia mais que isso.
Eu, orgulhoso como sou, nunca
correspondia às carícias ou aos bons modos dos outros como deveria e essa
evitação levou-me ao que sou hoje. E o que sou hoje? Essa era a questão que já
tinha escrito por aqui e a qual tento abordar todos os dias que abro olhos para
ver exatamente a mesma vida a passar me pela frente, o mesmo cheiro que trago
comigo e a mesma sensação de que nada vai mudar. Mas quem sabe, talvez consiga
deixar para trás o que não consigo, talvez consiga encontrar em mim a forma de
ser que era antes, tal como tinha dito, “talvez”, quem sabe”. Por incrível que
pareça, aquilo que sou é uma constante indefinição, mas aquilo que escrevo é
uma inconstante definição.
Mas talvez hoje mude, mas altero
o que sou ou o que escrevo que sou?
Hugo 3 Dezembro 2016
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